DESPERTAR
Eis que a dor se apresenta em nossos dias, sorrateira, nos desequilibrando e fazendo-nos nos curvar quase que submissos ao seu estranho e enigmático poder.
Assustados, como criança aprisionada em quarto escuro, nos descontrolamos e pela primeira vez procuramos, ainda sem fé e convicção, orar, lembrando a nossa infância, quando o carinho materno nos ensinou a pedir com o coração puro e ingênuo a PAPAI DO CÉU para nos ajudar, e, ELE nos ouviria e atenderia nossos pedidos infantis…
Crescemos, e, com as novas experiências, com o mundo novo a nossa frente, com o coração cheio de sonhos, ilusões, e repletos de energia e vigor, nos lançamos às aventuras da juventude, quando de repente surge novamente à nossa frente, poderosa e sem medo, a dor, e, pela segunda vez recorremos aos pedidos de ajuda, apoio, orientação, cura e como antes acontecera, nos ajoelhamos diante do PAI em súplicas pela imediata recuperação, prometendo não mais seguir pelas estradas do desequilíbrio, quando a ausência de limites, os excessos são as marcas de nossa personalidade confusa e em desarmonia.
Refeitos, seguimos viagem em busca de novas conquistas, novas fantasias povoam o mundo de nossas realizações e, sem as devidas cautelas, mais uma vez nos esbarramos com o sofrimento, e, desiludidos e incapacitados de mudar nossa realidade, lágrimas surgem na face, nascidas da desilusão, da angústia, do receio, da impotência diante de nossa realidade, demonstrando o coração esmagado e enfraquecido pela queda, às vezes física, outras vezes moral e em outras oportunidades, espiritual.
Com o passar do tempo, as situações se reorganizam e como viajantes do tempo, seguimos adiante esperando, finalmente, alcançar a felicidade.
Todavia, por algum descuido nosso, surge a Mestra Silenciosa, a dor, travestida de ilusão, de sonhos, de prazeres, de vícios, de conquistas irrealizadas, enfim, nos falando e nos apontando, em silêncio, nossas falhas e enganos e que deveremos reavaliar nossos pensamentos, nossas atitudes, nossas palavras, e, que o acordar para a verdadeira vida se faz necessário, porque todo navegador, antes de dar início a sua viagem, deve ter seu plano de navegação: conhecendo as marés e correntes marítimas, sabendo dos ventos, e trazendo, além da bússola que o norteia, o mapa estelar, para que nos m omentos de tempestade ou de calmaria, o capitão da nau não seja surpreendido permitindo que sua embarcação venha soçobrar ou bater de encontro aos recifes, ocorrendo o naufrágio…
Assim, a cada passo, a cada dia, em cada atitude, devemos ter cautela e planejando, pensando, orando, agindo com equilíbrio e harmonia, não iremos cair nas malhas do sofrimento, e, pelo esforço empreendido, não despertaremos pelo e para o sofrimento, mas, e principalmente, acordaremos nos braços do Pai, que nos ajudou ontem, nos protege agora e nos ajudará sempre, apesar de nossos constantes erros e enganos.
Até Sempre. Fernando Cesar. 16.07.2013