Não esqueça de agradecer… sempre!
Jacira não se cansava de dialogar com seu filho, que devido ao trabalho estressante, mal tinha tempo para descansar de uma jornada intensa.
“ – Querido, procure cultivar os bons pensamentos. Você tem muito ainda que aprender. Não julgue ninguém pelas aparências, e procure sempre se colocar no lugar do outro. Nada é igual ao que parece ser aos nossos olhos que ainda não estão prontos para as verdades. Portanto, nunca acuse: conviva com respeito, tolerância e paciência. Tenha Deus no coração em qualquer ocasião, principalmente as que você se ache sozinho, mal interpretado, desiludido. ” Naquele dia, Henrique saíra de casa e ainda se lembrando de suas palavras, embora as achasse quase que repetitivas ou desnecessárias. Escutava a mãe por respeito, mas cultivava o pensamento de que ela não conhecia o mundo violento, o trânsito caótico, a indiferença das pessoas. “Dor é ensinamento, alegria a melhor opção, fé, o grande recurso.” Chegando ao seu destino, começou o dia tendo que levar uma embalagem ao ponto extremo da cidade. O dia seria longo e cansativo.
Cumprindo sua obrigação, dirigiu-se ao local com a embalagem presa á moto. Era um bom funcionário e já tinha experiência não só no trânsito como na percepção das ruas e bairros. Sem dúvida, era considerado um dos melhores de sua equipe e o indicado quando o serviço era mais distante. Horas depois, parava para almoçar e como já estava perto pode relaxar um pouco. Quase chegando ao local de entrega, ao dobrar a rua, teve que desviar de uma criança que inadvertidamente corria para atravessar, com uma idosa gritando da calçada. Devido ao golpe brusco de direção quase foi ao chão. Entregou a criança com muitas desculpas da senhora. É meu neto. Ele saiu correndo. Desculpe! Chegando á loja, percebeu que uma parte da entrega não estava na moto. Deveria ter caído e ele não percebeu. Pensou preocupado que seria descontado ou mesmo despedido, pois era uma encomenda cara e recomendada. Ficou na dúvida do que deveria fazer. Não acreditariam que a culpa foi da criança. Lembrando-se da mãe, pediu a Deus para que não perdesse o emprego. Surpreendeu-se com a mesma senhora chegando de táxi. Meu filho é o dono da loja. Eu peguei o embrulho que caiu e reconheci pelo logotipo da loja. Vim explicar que você não teve culpa e ainda salvou meu neto de ser atropelado. Obrigada e desculpe.
Lawrence Jordan