As correntes da dor, da injustiça, da desigualdade romperam-se pela fé.
A chibata cortante calou-se diante da prece e da persistência.
O tronco do suplício tornou-se esquecido pelo poder da união, da perseverança e da altivez.
O capataz perseguidor ficou na triste lembrança, tornando-se carrasco de suas memórias.
As lágrimas de sofrimento misturaram-se às águas cristalinas dos riachos murmurantes que banhavam os campos.
A desesperança, como as livres andorinhas, desapareceram no horizonte de luz.
Os gritos de dor, medo, sofrimento e abandono, hoje fazem parte da sinfonia do lamento-fé, do louvor e da glorificação da liberdade.
Olhos, antes de dor, revolta e perseguição, agora refletem igualdade, mansidão e esperança.
Mãos, outrora calejadas pelo trabalho escravo, hoje se unem em louvor, prece e agradecimento ao Senhor.
Pés que no passado viam-se restritos às correntes do desamor, agora livres, correm pelos campos floridos, sentem o frescor dos regatos, seguem livremente em busca de conquistas e realizações.
Ombros que no pretérito traziam ferimentos feitos pelas chicotadas e cicatrizados sob o sol de verão, atualmente, fazem parte de uma triste história que não pode ser esquecida.
Bendita Lei inspirada pelo Alto, que trouxe a liberdade pela pena branca da paz. E, quando o negro trazido da distante Mãe-África, fez-se igual, e, a partir desse dia a Terra do Cruzeiro avançou para a Luz, e, no Céu Azul-Anil, milhares de estrelas cintilantes escreveram no espaço celeste:
“ Liberdade, Liberdade, Pomba Branca da Paz, abre suas asas sobre nós!”
Até Sempre. Fernando Cesar. 13.05.2013