Senhor, Tu nos ensinaste:
“Perdoa setenta vezes sete!”
Contudo, Pai, como posso perdoar se ainda não aprendi a compreender e, muito menos, a ser tolerante com os erros do meu irmão?
“Bata e a porta se abrirá!”
Entretanto, Pai, até hoje ainda não aprendi a ter paciência para que a Tua vontade se manifeste em detrimento da minha que está sempre tentando se impor.
“Procura e achareis!”
Por outro lado, Pai, após todos esses anos ainda não sei onde e o quê procurar, pois, quando penso estar no caminho certo, vejo que Tu apontas em outra direção.
“Pede e vos será dado!”
Entretanto, Pai, como posso receber se o que peço é sempre medido pelo meu egoísmo que reverbera no Teu silêncio, na esperança de conscientizar-me do meu equívoco?
“Vá e não peques mais!”
Entretanto, Pai, ao seguir por meu caminho com o coração cheio de esperança, sou, de repente, traído pela invigilância e, de novo, peco.
“Levanta-te e não temas!”
Contudo, Pai, embora eu receba com fé Teu convite, logo adiante, mais uma vez, eu caio.
“Faz ao teu próximo o que queres para ti!”
Certamente, Pai, o que quero para mim, quase sempre, não desejo ao meu próximo porque o que almejo, muitas vezes, está baseado no egoísmo e no orgulho que não fazem parte de Teus ensinamentos.
“Ama ao teu próximo como se fosse a ti mesmo!”
Este é o meu maior objetivo, mas, Pai, ainda, sinto-me tão pequeno que nem imagino que possa amar tão profunda e desinteressadamente sequer um simples animal, quanto mais ao meu irmão.
“Meu reino não é deste mundo!”
De fato, Pai, quando ouço esta afirmativa, penso no quanto ainda tenho que sofrer para aprender a abandonar o mundo miserável de ilusões em que vivo.
Pelas Tuas sagradas escrituras, diversas mensagens de profundo sentido Tu deixaste para que pudéssemos encontrar o caminho por onde seguir.
No Sermão da Montanha, Tu mostraste a verdadeira fé quando saciou a fome da multidão, dividindo o pão e o peixe entre todos.
Ensinou-nos a paciência quando ouviu Teus apóstolos bradarem enraivecidos por não encontrarem o pescado que, logo, tu os fizeste pescar.
Tiveste tolerância com aqueles que, perseguindo Madalena pelas ruas, tentavam apedrejá-la pelo pecado cometido.
Mostraste misericórdia curando cegos, coxos, aleijados, fazendo com que a multidão de incrédulos se prostrasse de joelho perante Ti.
Pacientemente, reuniu-se com Teus apóstolos já sabendo que serias traído e entregue por um punhado de moedas.
Compadeceu-se daqueles que, mesmo vendo-Te pregado na cruz de madeira em sofrimento, ainda Te lavaram os lábios sedentos com azeite.
Amaste sob todas as formas, mesmo tendo sido julgado por homens que só pelo egoísmo e pela vaidade eram governados.
Por tudo isso, Pai, perdoa-nos, pois, sabemos que, mais cedo ou mais tarde, seremos verdadeiramente alcançados por Tuas lições que hão de nos libertar para vivermos uma vida de humildade e de amor.
Tem paciência com nossas quedas provocadas pela falta de fé e de esperança.
Sê, Pai, mais uma vez, amoroso, tal qual o fazendeiro que acolheu o seu filho que se perdeu nas estradas da vida.
Fortalece-nos, Pai.
Um Espírito Amigo! Carlos Alberto – 03/10/2012