” E TU, PARA QUE VÉNS ? “
A medida em que o ser humano sente a necessidade de iluminar-se, trilhando os caminhos da reforma íntima, a vida se descortina de vários aspectos.
A procura das verdades celestiais se misturam entre a necessidade real e proveito próprio.
Uns acatam as novas diretrizes entusiasmados com as bem-aventuranças, com o Reino prometido, cedendo ao chamamento da reforma íntima.
Outros, entretanto, preferem, somente, ouvir o que lhes convém, esperando a transformação da vida, sem qualquer esforço e fé, isentos de qualquer responsabilidade de viver e de agir.
As mentes e os corações, ainda, repletos de dúvida e de incerteza, criam situações, ora fantasiosas, ora como um convite para ascensão ao Paraíso.
Todavia, quando se deparam com a necessidade de reforma íntima, deixando que “o homem velho” ceda lugar “ao homem novo”, vê-se diante de um impasse, pois, ainda, não têm a vontade firme de abandonar o mundo dos prazeres, para darem início a uma nova trajetória, a vida de prazeres divinos.
Quando o Senhor Jesus nos convida a segui-Lo, dizendo-nos: “ Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida e, ninguém chegará ao Pai, senão por mim “, significando que o crente deverá conduzir a sua cruz, esquecendo-se dos privilégios terrenos, tendo que, doravante, alimentar-se da caridade, abrigar-se na fraternidade, repousar na fé, e, vestir-se de perdão, para que se sinta encorajado e fortalecido nos caminhos que o conduzem pela porta estreita, a verdadeira vida , e a posse real, afastado dos privilégios e das concessões.
Muitos aproximam-se Senhor na esperança de serem salvos e de solucionarem suas mazelas, a despeito do sacrifício e da ausência de vontade de alterar a forma de agir, de pensar, de sentir.
A fé não é produto que se negocia.
A caridade não é titulo de honorabilidade, é conquista do coração.
A fraternidade não se constitui em divisa que determina posição perante o mundo.
O amor não é objeto que se adquire no comércio.
Assim, quando se almeja crescer em espírito, necessário se torna que cada qual esteja embuido de vontade para, em seu mundo interior, fazer crescer as verdades do Céu, sabendo que toda transformação ocorrerá em momento oportuno e a medida em que, haja o banimento dos males que assolam o espírito, enfraquecendo-os, e que ocorra a cura, por completo, das doenças morais que ainda residem na alma, alimentadas pelo descuido, pela ignorância, e, principalmente, pela inferioridade que reside no peito do ser humano.
Portanto, quando ocorrer em ti o chamamento do Divino Mestre para que sigas a luz em direção ao bem maior, não te coloques na condição de observador, inerte, aguardando que o Céu desça à Terra, e que, tuas súplicas sejam ouvidas, mas que, neste exato momento, tenhas vontade de seguir em frente, na condição de aprendiz, mantendo no peito a certeza que o Mestre sempre estará aguardando que seus filhos acordem para a Vida Maior, não precisando da dor como alerta, e, sim do o aceno do Amor, como sopro divino, chamando para se viver a real e verdadeira felicidade.
Por isso, pergunto-te: “ E tu, para que vens? “
Até Sempre. Fernando Cesar. 08.10.98