Hoje, a quem entregas tua fidelidade? Caminhas no ajunte do muito em busca do desperdício e do acúmulo excessivo do que não poderás transportar além dos mármores raros da morada da morte perpétua da matéria que hoje deveria apenas te servir.
Se deitas na residência fria chamando a verdadeira vida onde não mais se mercantiliza a ilusão, droga funesta que vicia a toda uma geração sem a menor profilaxia.
O que se leva são os sonhos que realizas e não os que te fazem sonhar, fúteis e momentaneamente vivos, a vida na carne e mescla da felicidade eterna em diminuta proporção a paga certeira da pena escolhida muitas vezes em choro para se redimir consigo próprio ante as oportunidades perdidas. Porque a grande miséria é lembrar com a consciência de amealhar mais do que precisas na loucura do cárcere nas torres da ilusão perpétua, que aprisiona docemente ao que pensa enganar a Deus.
A Morte é finitude da matéria; eterna conselheira que te informa, a todo momento, que diante a ilusão, da arca do tesouro do mal, deves resistir, pois, definitivamente, o que se sente ao fazer, o que se pensa e antecede o agir, te representarão diante do enorme tribunal do amor, que não deixará que permaneças na negociação com a rainha negligência e certamente deixará o mais justo envergonhado com a humildade que emana e que quase se pode tocar de tão real.
Deixa que todos que se aproximem seja exame preciso e prova de altivez que te é, carinhosamente ofertada, pois, observando os atos vê-se a qualidade do fruto e se conhece cada árvore que cresce no bosque da vida.
Nunca confies que o resultado vem antes do trabalho. Confia que sempre tens o que precisas; o que sempre te reclamará gratidão. Ainda que, te deites na estrumeira dos teus erros, estarás sob a possibilidade redentora da luz do Cristo que alumia e engrandece a vida afora, que afasta os vendilhões do templo do teu coração, ontem, hoje e para todo sempre.
Odilon F. 29/04/2013