Bravas Companheiras

Conta-se que um rico criador de cavalos de raça, certo dia em sua linda fazenda foi informado que seu cavalo árabe mais valioso, havia caído em um buraco profundo e que todas tentativas para resgatá-lo foram ineficazes, e, nenhum resultado conseguido. De imediato, dirigiu-se ao local para se certificar do ocorrido e com imensa tristeza, sentenciou: –   “Infelizmente teremos que sacrificá-lo” …, após meditar por longo tempo.

O animal mesmo confinado em pequeno espaço escuro, parecia não se conformar com aquela situação porque se movimentava sem parar.

A notícia se espalhou com rapidez e muitos outros fazendeiros, veterinários e tratadores se dirigiram para a fazenda no sentido de ajudarem no que fosse possível… e todas as opiniões foram aceitas, todavia, nenhuma delas resolveu o problema…

De repente, aproximou-se do fazendeiro um jovem matuto dizendo-lhe que o belo animal não deveria ser sacrificado… Todos o olharam com descaso, como um  homem simples, sem cultura teria a capacidade de libertar o alazão ?

Ninguém acreditou na solução apresentada pelo humilde lavrador, que insistia na sua opinião…

O fazendeiro, então, aproximando-se do rapaz pede-lhe para falar e ele, calmamente diz: – “  É muito simples! Joga terra sobre o animal e o cavalo se movimentando, pisando na terra, vai fazendo base e com paciência, aos poucos, vamos encher o buraco e o cavalo ficará livre”.

Os ouvintes e o fazendeiro ficaram espantados, mas confiantes deram início à proposta do lavrador.

Grande quantidade de terra foi utilizada, todos mobilizados e, a medida em que a terra era lançada o animal se movimentava, limpando-se, sem cessar pisava e ao poucos o solo no buraco, parecendo saber que se livraria daquela prisão temporária e em breve estaria correndo nos campos, novamente, em plena liberdade.

Após algumas horas aflitivas e de cansativo trabalho, em conjunto, o valioso cavalo estava recuperado, livre… Quando o fazendeiro, já refeito e feliz procura o matuto para agradecer, o jovem não mais foi encontrado… O cavalo não foi sacrificado porque, mesmo estando em apertado espaço e sentindo-se ameaçado com a terra jogada sobre seu dorso, procurava limpar-se e com isso foi pisando na terra, subindo, pouco a pouco, até livrar-se, definitivamente, correndo para os prados saudando a vida com alegria…

 * * *

A vida de todos  constitui-se numa sucessão de fatos alegres ou tristes de dores e alegrias; de ganhos e de perdas de luz e sombra.

Cada ser reage a esses episódios de forma diferenciada… Uns aceitam com humildade as experiências amargas, outros não se conformam, se rebelam, reclamam, duvidam entram em depressão, sofrem ainda mais…

Nos momentos de felicidade, muitos, quase nunca, agradecem pelas graças alcançadas.

Essas diferenças de comportamento demonstram o estado espiritual de cada ser.

Jamais estarás caminhando solitário pelas escolhas feitas, nas horas de dúvida ou de alegria, sempre terás ao teu lado amigos espirituais velando, orientando, protegendo, dirigindo teus passos. Eles  são sempre solidários e amorosos, e, quando se faz necessário, advogam em teu favor, tudo para que o sofrimento te seja ameno e breve.

Pouco a pouco, verás e sentirás o fortalecimento da fé, o encorajamento da esperança e, se observares hoje, quantas dores, aflições, problemas e dificuldades já foram vencidos e, agora, fazem parte do passado, são somente lembranças amargas que devem ser esquecidas, mesmo deixando marcas profundas em teu espírito.

Se, ainda, aguardas as respostas celestes aos teus pedidos e necessidades, recorda que o Senhor sabe de ti, de teus objetivos e conhecendo-te na integralidade de tua alma, não descuida  de teu caminho e de tua vitoria final.

Diariamente

o sol te ilumina os caminhos; o ar alimenta teu corpo; a água te mata a sede; o aroma das flores te balsamisa o ambiente;

Não és desafortunada, não estás desamparada, não és esquecida e és filha amada do Senhor.

 
G/V   Até sempre   Fernando Cesar