Um besouro contra a vidraça
Olhando o pequeno animalzinho que inutilmente tentava sair daquele espaço, Carlos comparou sua vida com aquele besouro.Sentia-se meio perdido, sem saber que decisão tomaria. Deixou-se dominar pela raiva, por motivos fúteis, pelo orgulho, pela impaciência. Estava arrependido e incomodado. Pegou o folheto da última reunião, procurando conforto. Quais seriam suas respostas? Leia com atenção:
Você realmente respeita e preserva a natureza? Concorda que o seu melhor amigo bem como o pior inimigo estão dentro de você? Que a pessoa que agora você rejeita é a que muito pode te ensinar? Que a dor ensina quando convenientemente aceita? Que você pode conquistar a paz interior, a verdadeira paz, pelo pensamento consciente na verdade? Que ninguém está abandonado a sua própria sorte? Que podemos nos melhorar com nossas próprias atitudes de humildade, tolerância, gentileza conosco e com nosso próximo? Que só vamos crescer espiritualmente pela prática constante do perdão, pelo estudo e o trabalho no bem? Que o progresso interior depende de muita reflexão, paciência e discernimento? Você entende que o apego, a revolta, a mágoa, a crítica, a raiva, a tirania, a indisciplina, a corrupção, a maldade, a ignorância, etc, etc, são doenças da alma? Que semear amizade sincera, afetividade depende sempre de cada um de nós? Que a fortuna real não é aquela do luxo e da riqueza. A verdadeira é a dos valores que não se perdem, não se corrompem, e que o tempo não pode destruir. Que boas ações você tem feito ou contribuído, e suas preces realmente tem o poder de te acalmar, acolher,sanar o mal?Concorda que ela abre as portas da quietude, da paz interior? Custa muito para você contribuir com um gesto de carinho,um sorriso, um prato de comida, um cobertor, um abraço? Você consegue se posicionar no lugar do outro? Carlos pegou o telefone, pediu desculpas,abriu a janela e respirou aliviado. Como o besouro, sentia-se livre. Tentaria novamente…
(Lawrence Jourdan)