Derrubando Muralhas
O ser humano desde seus primórdios sempre sentiu necessidade de se proteger, não só das intempéries, mas de toda sorte de ataques e privações. Estudos e pesquisas arqueológicas provam e surpreendem como eram construídas, erguidas e fabricadas, bem como o material empregado. Muralhas! Como o homem é capaz de se superar quando realmente quer algo que o beneficie.
Atualmente, somos cercados de toda sorte de seguros, ferros, grades, muros. ”Proteção em nome da segurança”.
Paradoxalmente, um bando de rolinhas se balança em fios que circundam as construções. Sua leveza parece contrastar com a dureza das grades. Temos realmente que nos proteger desta maneira? E quem nos protege de nós mesmos? Nossas grades interiores também podem ser indestrutíveis, dependendo de como serão colocadas e utilizadas. Grades físicas, mentais, morais, emocionais, intelectuais. Muitas nos impedem de vivermos normalmente. Nosso pensamento nos “castra”. Somos impedidos de sorrir, curtir, observar, relaxar. Muralhas inconscientes de raiva, preocupação, discórdia, ciúme, inveja, nos oprimem. Outras como a da crítica, do orgulho, da vaidade nos prendem. Incapazes de praticar a caridade, não amamos nem compartilhamos. Nosso organismo sente e reage através do medo, insônia, angústias, dores e doenças. Remédios, exames, terapia. Enquanto isto, a natureza demonstra com suas paisagens, cores, cantos, sons, belezas, a supremacia de cores e luzes. Pobres seres humanos que ao invés de se integrarem, se tiranizam, se escondem e permanecem sós e desprotegidos. Barreiras serão quebradas com o livre arbítrio no trabalho para a paz, a união, para o bem comum. E as rolinhas ficarão cada vez mais perto nos ensinando que a verdadeira grade é a do amor que sempre poderá ser aberta e compartilhada independentemente de raça, de cor, de cultura, de religião.
Lawrence Jourdan